Dois vídeos que circularam pelas redes sociais desde o último domingo geraram revolta entre os internautas. As imagens mostram uma mulher aparentemente estrangulando uma criança que, sem ar, tenta gritar, chora, e chega a ficar roxa. E para indignar ainda mais, a suspeita de torturar o menino de três anos é a própria mãe, de 21 anos. Depois da repercussão que os vídeos provocaram, ela se apresentou na Delegacia do Núcleo de Proteção à Criança e ao Adolescente Vítimas de Crimes (Nucria), na tarde de segunda-feira (28). Seu advogado, Cleyson Landucci, afirmou para a imprensa que as imagens que circulam pela internet seriam montagens. De acordo com a delegada Lucy Santiago, responsável pelo caso, o Nucria assumiu as investigações após informações repassadas por um investigador. “Assim que tivemos ciência do caso iniciamos procedimentos e diligências. Em princípio estamos investigando crime de tortura nesta situação”, afirmou a delegada. Questionada se pediria a prisão preventiva da suspeita, a delegada afirmou ser cedo para se posicionar sobre o assunto. “Estamos avaliando ainda se faremos esse pedido. Temos de esperar o decorrer das investigações”, afirmou Lucy, apontando ainda que os vídeos são contundentes. “Eu creio que o vídeo , sim, é contundente para as investigações”. A criança de três anos que aparece sendo esganada nos vídeos ainda não sabe com quem ficar. Ela morava com a mãe até cerca de 15 dias atrás, quando passou a morar com o pai. Ele, no entanto, não possui autorização judicial para permanecer com a criança. De acordo com a assessoria de imprensa da Polícia Civil, a tendência é que o Conselho Tutelar decida ainda com quem a criança vai ficar. O caso — O pai da criança e ex-namorado da suspeita da agressão, Paulo Braz Machado, de 22 anos, afirma que a mulher teria começado a ameaçar o próprio filho e a ele há cerca de duas semanas. Segundo ele, o casal se separou faz um mês e meio, mas ela não aceitava o fim do relacionamento. “Ela usa a criança para fazer chantagem, me manda mensagem dizendo que, se eu não voltar, ia matar o menino, ia me matar e até minha família”, relatou o homem, que chegou à delegacia logo após a ex-pareceira se apresentar acompanhada por parentes e pelo advogado. Ainda segundo Paulo, os primeiros vídeos em que a ex-companheira aparecia torturando a criança lhe foram enviados no sábado retrasado. As imagens foram encaminhadas para familiares dela, que então concordaram em deixar a criança com o pai embora a guarda fosse da mãe. Ele então pegou a criança, enquanto a família da mulher teria prometido interná-la, conta. Espontâneo — A mãe que estrangula a criança em vídeo que viralizou na internet chegou ao Nucria espontaneamente no começo da tarde de segunda com a irmã, o avô da criança e a tia da criança, e o advogado. Nos vídeos que circulam pelas redes sociais, principalmente WhatsApp, a mulher sufoca a criança, que passa mal. O pai fez Boletim de Ocorrência (BO), o caso seguiu para o Nucria por se tratar de violência contra a criança. Segundo a delegada Lucy Santiago, do Nucria, não serão divulgadas informaçõe sobre o caso, "principalmente porque envolve uma criança”.