RIO, BRASÍLIA, SÃO PAULO e BELO HORIZONTE - Manifestantes tomaram neste domingo as ruas de 326 cidades, em todos os estados do Brasil, para protestar contra o governo da presidente Dilma Rousseff e pedir sua saída. Em Brasília, a estimativa da PM é de que 100 mil pessoas tenham a frente do Congresso. No Rio, os organizadores falaram em 1 milhão de participantes. Em São Paulo, números da PM falaram em 1,4 milhão na Avenida Paulista, número que coloca a maior cifra de manifestantes nas ruas desde os protestos de 2015. Estimativas consolidadas das polícias e secretarias de segurança estimam ao menos 3,6 milhões nas ruas neste domingo até as 22h44m, segundo levantamento do G1.
Também fora do país, brasileiros se reuniram em cidades como Washington, Nova York e Lisboa para protestar — a imprensa internacional destacou a frustração política que alimenta as manifestações. Enquanto o PT estuda reações aos atos, Dilma se manifestou por meio de uma nota, elogiando o caráter pacífico dos protestos.
POLÍTICOS LEVAM VAIAS; MORO, HOMENAGENS
As manifestações foram pacíficas em todos estados. Em diferentes cidades, houve, porém, hostilidade a políticos de diferentes partidos quando os mesmos pediram a palavra ou subiram em carros de som para se pronunciar. No Rio, o deputado federal Índio da Costa (PSD) foi vaiado. Em Brasília, Jair Bolsonaro (PSC-RJ) também não teve acolhimento por parte do público ao discursar. O mesmo aconteceu em São Paulo, onde a senadora Marta Suplicy (PMDB, ex-PT), o governador de São Paulo, Geraldo Alckmin, e o senador Aécio Neves (PSDB-MG) foram impedidos de falar.
Entre as principais bandeiras dos manifestantes, estão o impeachment da presidente e o fim da corrupção. O ex-presidente Lula, investigado pela Operação Lava-Jato, também é alvo dos protestos. Uma das figuras mais celebradas pelos manifestantes por causa de sua atuação na operação Lava-Jato, o juiz Sérgio Moro se disse "tocado" após ser figurado com máscaras em várias cidades, entre elas Curitiba, de onde comanda operações da Lava-Jato.